Câmara Municipal realiza Audiência Pública para debater a recuperação da Bacia do Rio Betim

A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública, na tarde desta sexta-feira (11/4), no Plenário Carino Saraiva, para debater a recuperação da Bacia do Rio Betim. A solicitação do evento partiu do vereador Alexandre da Paz, por meio do Requerimento nº 594/2025.

O presidente da Câmara Municipal de Betim, vereador Léo Contador, abriu os trabalhos e destacou a importância do cuidado com todos os rios e riachos que passam pela cidade para preservar toda a Bacia dos Rios Betim e Paraopeba. Além disso, é fundamental preservar as nascentes existentes.

Em seu pronunciamento inicial, o vereador Alexandre da Paz, que coordenou os debates da Audiência Pública, frisou que para revitalizar o Rio Betim é preciso despoluir o Riacho das Areias, que tem sua  nascente no Bairro Universal e deságua na Praça do Encontro.

O vereador Roberto da Quadra lembrou da importância da retirada das curvas do Rio Betim para aumentar a vazão das águas e evitar enchentes. O vereador Carlin Amigão apontou a incompetência da Copasa na prestação do seu serviço, principalmente para a região do Bairro Jardim Teresópolis, onde cotidianamente uma tubulação de esgoto é estourada e a água do esgoto fica jorrando pelas ruas. Carlin entende que isso contribui também para a poluição do Rio Betim.

Outra crítica formulada pelo vereador se refere aos estragos que a Copasa faz nas ruas para mexer na tubulação. A pavimentação asfáltica é perfurada e o buraco é tampado de modo precário.
O vereador Rony Martins se reportou à canalização do Rio Betim que ainda não foi feita a partir do Bairro Itacolomi e cobrou uma previsão para a conclusão da obra. Rony indagou se antiga usina hidrelétrica localizada nas proximidades da Metalsider será reativada.

Explicações das autoridades

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Heleno Maia, revelou que lutou para trazer a sede do órgão para Betim, por ser o maior e mais populoso município da bacia. Foi divulgado um vídeo em que ficou demonstrado que apesar da forte poluição, ainda existe vida no Rio Betim. Atualmente, ele é o maior poluidor do Rio Paraopeba, despejando milhões de litros de esgoto in natura em sua calha. O esgoto despejado é de responsabilidade da Copasa.

Heleno garantiu que não medirá esforços para despoluir o Rio Betim durante o seu mandato e nele nadará após concluído o trabalho de limpeza. Segundo o presidente do Comitê, o serpenteamento dos rios existe para diminuir a velocidade das águas. Sem ele, a vazão teria muita força e poderia causar danos na ponta.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo José Gonçalves, detalhou tecnicamente o significado da palavra bacia, que vem a ser a área que recebe a água da chuva num determinado curso d’água. Logo em sua cabeceira, numa Área de Preservação Ambiental (APA) localizada na Barragem de Várzea das Flores, ocorre o lançamento de muito lixo pela população, o que colabora para a poluição do Rio Betim. Rodrigo citou outros locais de grande importância para a bacia, tais como o Parque Felisberto Neves, Matinha do Ingá, Pia Batismal etc.

O secretário indicou a importância da consciência ambiental entre as pessoas que, infelizmente, fazem ligações clandestinas de esgoto, que vão para a rede pluvial e daí para o Rio Betim. É essencial que a população faça a ligação do esgoto na rede da Copasa. Hoje existem sete Estações de Tratamento de Esgoto (ETE’s) no município e uma oitava está sendo construída em Citrolândia.

O presidente da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito de Betim (ECOS), Wilton Magno Leite, reiterou que o órgão realiza fiscalização constante em todo o município e que a falta de consciência ambiental faz com que esse trabalho represente um ato de enxugar gelo. Wilton convocou a população a ajudar na fiscalização e denunciar com fotos os atos de poluição verificados.

O gerente Regional da Copasa, Fernando Zanetti, mostrou que o atendimento da empresa para o esgotamento sanitário alcança hoje cerca de 86% de todas as residências. Até 2032, 100% dos lares deverão ser contemplados e a Copasa pretende chegar a esse patamar o quanto antes. Em todo o município, o tratamento do esgoto chega a 78%. Na avaliação de Fernando, a cabeceira do Rio Betim representa o maior gargalo de poluição devido à saturação dos equipamentos instalados. A Copasa já contratou a revitalização da rede nessa região próxima à Avenida Flamboyant.

Os participantes da Audiência Pública fizeram perguntas às autoridades presentes, que responderam de forma detalhada e prometeram tomar as providências cabíveis para viabilizar a revitalização da Bacia do Rio Betim. Também participaram do debate os vereadores Baé da Comunidade e Gilberto Vianópolis.

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